terça-feira, 9 de maio de 2017

GILMAR MENDES E A LATA DE LIXO DA HISTÓRIA

* Honório de Medeiros

Gilmar Mendes chamou Zé Dirceu, Eike Batista e os outros que se livraram da cadeia graças a seu protagonismo jurídico, de "reféns".

A mídia repercutiu: se esses aí são reféns, então Moro, o Ministério Público, bem como os ministros Celso de Mello, e Edson Fachin, que votaram contra a trinca Gilmar, Toffoli e Lewandowsky, no episódio da liberação de Zé Dirceu, são sequestradores.

Mas na entrevista Gilmar não parou por aí. Do alto de sua condescendência, falando por todo o STF, e passando por cima de sua Presidente, asseverou: "A operação Lava Jato fluirá normalmente, mas sem 'extravagâncias jurídicas'".

Gilmar Mendes é o retrato fiel de parte do segmento instruído do Judiciário brasileiro, respeitadas as exceções: vaidoso, arrogante, e prepotente. O que tem de conhecimento técnico, lhe falta em sabedoria. 

Acha que manipula os fatos quando, na verdade, deles é escravo, como qualquer um de nós. E alicerça seu status quo, fortemente, nas relações de compadrio, típicas de um País subdesenvolvido como este nosso.

Como bem disse J. R. Guzzo, em antológico artigo nominado de "Gilmar e Guiomar": (O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal), "é uma fotografia ambulante do subdesenvolvimento brasileiro. Não há nada de especial com ele - é apenas mais um, na multidão de altas autoridades que constroem todos os dias o fracasso do país."

Pois é. Vai para a lata de lixo da história com esse galardão.