quarta-feira, 15 de novembro de 2017

CABÉ, O PRIMEIRO CANGACEIRO NO RIO GRANDE DO NORTE E PRECURSOR DE JESUÍNO BRILHANTE (1)

* Honório de Medeiros
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Esta é a história de José Brilhante, o “Cabé” (1824-1873), tio materno de Jesuíno Brilhante.

José Brilhante de Alencar Sousa nasceu, segundo Gustavo Barroso[1], em Pombal, Paraíba, no ano de 1824.

Câmara Cascudo[2] corrobora essa data.

Seu pai lutara ao lado de Pinto Madeira na Revolução de 1831, mas já estava morto quando ele cometeu seu primeiro crime, aos treze anos, e fugiu para os Inhamuns, onde se livrou do processo-crime por ser de menor idade.

Em “FLOR DE ROMANCES TRÁGICOS” Luis da Câmara Cascudo nos diz que José Brilhante, apelidado de “Cabé”, casou-se com Gertrudes Franklina de Azevedo, da família Feitosa do Ceará.

“Um filho desse casal”, conta-nos ele, “Firmino Brilhante de Alencar (falecido no Açu a 9 de novembro de 1906), casado com Benvinda Alves Feitosa, é o pai do Padre Antônio Brilhante do Alencar (1873-1942), meu informante.”

Em nota ao texto de Cascudo, calcado em um “Termo de Casamento” que anexou ao “JESUÍNO BRILHANTE, O CANGACEIRO ROMÂNTICO”, e cuja cópia lhe foi fornecida pelo professor Manuel Jácome de Lima, Raimundo Nonato nos mostra que a grafia correta do nome da esposa de “Cabé” era “Francelina”:

“No Sítio RETIRO, freguezia de Martins, o Revmo. Felipe José Pessoa de Vasconcelos recebeu em matrimônio aos nubentes José Brilhante de Alencar Sousa e Gertrudes Francelina de Azevedo, o nubente de 18 anos e a nubente de 25 anos.”

Era o dia 25 de novembro de 1841.

Nesse mesmo “Termo de Casamento” consta que os pais de José Brilhante seriam o Alferes Manuel Joaquim de Souza e Maria José de Jesus.

Entretanto em “HERÓIS E BANDIDOS” Gustavo Barroso lhe atribui os seguintes pais: Bacharel Feitosa Bezerra de Menezes e uma moça da família Alencar.

É mais prudente se firmar no documento oficial.

Com o casamento da irmã viera “Cabé” para o Rio Grande do Norte, e se instalara no Cajueiro, próximo ao Tuiuiú do pai de Jesuíno, cercanias do arruado denominado “Patu”, na qual nasceu o mais famoso dos Brilhantes:

“Aos 24 dias de novembro de 1841, pelas 10 horas, no sítio Cajueiro, Freguesia de Martins, recebi com palavras de presente aos nubentes João Alves de Melo e Alexandrina do Amor Divino, brancos, ele de idade de 25 anos, filho legítimo de José Alves de Melo, já falecido e Ana Maria de Jesus, ela de 17 anos, filha legítima do Alferes Manoel Joaquim de Sousa e Maria José de Jesus, dispensados no 3º grau atingente ao 2º e no 4º atingente ao 3º duplicados, logo em presença das testemunhas Francisco Pereira da Silva e Antônio Franklin Sobreira, lhes dei as bênçãos matrimoniais, segundo Ritual Romano, que comigo se assinarão, do que para constar fiz este assento. Pe. Antônio Alves Pimentel[3].”

Da leitura desse documento conclui-se o seguinte: 1) o pai de Jesuíno Brilhante casou-se com a irmã de José Brilhante um dia depois que este se matrimoniou; 2) os pais de José Brilhante e Alexandrina, que eram irmãos, não são aqueles apontados por Gustavo Barroso.

CONTINUA NA PRÓXIMA QUARTA-FEIRA.

[1] “HERÓIS E BANDIDOS”.

[2] “FLOR DE ROMANCES TRÁGICOS”. 

[3] “JESUÍNO BRILHANTE, O CANGACEIRO ROMÂNTICO.” 

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