O governo é o pior dos sócios: arranca sem piedade, não contribui com coisa alguma, e não tem como vc se desfazer dele (de um empresário brasileiro mais que desiludido).
sábado, 18 de agosto de 2012
MAU RESULTADO EM EXAME DA OAB ALERTA MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Do Blog de Ricardo
Noblat
Congelamento da oferta de vagas está em estudo, diz
secretário
Por Marcio Beck
RIO - Diante da reclamação da OAB de que a baixa qualidade
dos cursos jurídicos do país é o principal motivo para o fraco desempenho dos
candidatos no exame da Ordem, o governo federal estuda um novo plano de
regulação do segmento, que será apresentado em novembro e entrará em vigor em
janeiro de 2013. O último exame da entidade aprovou apenas 14,97% dos 109.649
candidatos que compareceram à prova. Foi o pior resultado desde que a
verificação, antes promovida pela seccional da ordem em cada estado, foi
unificada, em 2009.
O secretário nacional de Regulação e Supervisão da Educação
Superior do Ministério da Educação (MEC), Jorge Messias, afirmou que essa realidade
vai mudar. Entre as propostas discutidas por um grupo de trabalho formado por
representantes do MEC e da OAB, estão a revisão do processo de autorização para
a criação de cursos, que ficará mais rigorosa, o congelamento da oferta de
vagas, cortes nas vagas efetivas e remanejamento das ociosas. Para definir os
critérios destas ações, o ministério está mapeando a distribuição da oferta nas
microrregiões do Brasil.
— Queremos uma análise qualitativa mais apurada dos cursos.
Na última supervisão que fizemos, no ano passado, cortamos 10.868 vagas de 160
cursos, incluindo vagas efetivas — explica Messias.
OAB contabiliza mais de 1.200 cursos
O número excessivo de cursos de Direito no país é o
principal motivo apontado pela OAB para a baixa qualidade do ensino. Os 1.092
cursos superiores de Direito registrados no Ministério da Educação — que reúnem
594,5 mil alunos matriculados — têm atualmente cerca de 80 mil vagas ociosas.
Nas contas da OAB nacional, o número de cursos é maior: 1.259, segundo o
presidente da Ordem, Ophir Cavalcante.
Cavalcante defende que é “impossível” a oferta de ensino de
qualidade com a quantidade elevada de cursos.
— O exame é de dificuldade média. A única matéria cobrada
que não é obrigatória na grade curricular do MEC é Direitos Humanos. Quem faz
bom curso passa na prova — completa Cavalcante, para quem o percentual de
aprovados deveria ser pelo menos de 50%.
O grupo de trabalho começou a se reunir em julho e terá mais
três encontros antes de apresentar o plano. O aumento no rigor da fiscalização,
porém, já está valendo, afirma o secretário:
— Nos últimos cinco anos, apenas 38 dos 178 pedidos de
abertura de cursos de Direito foram atendidos.
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
O "OAB RECOMENDA" E A GESTÃO DO ENSINO NAS INSTITUIÇÕES PRIVADAS DE ENSINO JURÍDICO
Por Honorio de Medeiros
A
Diretora Nacional de Ciências Jurídicas do Grupo Estácio, Solange Moura,
explicando o índice de aprovação de 45,83% do Campus Petrópolis no Exame da OAB
cujo resultado foi anunciado neste agosto de 2012, fez um diagnóstico das
dificuldades das instituições particulares quando comparadas com as públicas e
apresentou o projeto pedagógico que, no seu entender, é o apropriado para
enfrentar tal situação. Veja em: (http://www.tribunahoje.com/noticia/36467/brasil/2012/08/13/universidades-federais-sao-campeas-de-aprovacao-no-exame-da-oab.html).
No
seu entender o trabalho das instituições particulares é “muito mais duro” que o
das públicas, já que elas recebem, de forma acentuada, os alunos vindos do
ensino público, e precisam nivela-los com aqueles oriundos do ensino privado de
primeiro e segundo graus.
Diz
Solange: “Nos primeiros anos trabalhamos fortemente leitura e redação. A
formação específica é feita de forma contextualizada. A cada semana eles
resolvem um caso concreto jurídico”.
Seria
interessante sabermos se é esse o projeto pedagógico do INSTITUTO DE CIÊNCIAS
JURÍDICAS E SOCIAIS PROFESSOR CAMILLO FILHO (ICF), uma Instituição de Educação
Superior (IES) mantida pela SOCIEDADE PIAUIENSE DE ENSINO SUPERIOR LTDA. O ICF
foi inaugurado em 5 de julho de 2000, iniciando suas atividades acadêmicas em 5
de agosto do mesmo ano, e recebeu, recentemente, o disputado “OAB
RECOMENDA” (http://oab.jusbrasil.com.br/noticias/3092628/oab-confere-selo-de-qualidade-a-89-cursos-de-direito-brasileiros).
Aqui
no Rio Grande do Norte somente o CENTRO UNIVERSITÁRIO DO RIO GRANDE DO NORTE (FARN)
ostenta esse galardão.
Não
é muito difícil chegar ao diagnóstico apresentado pela Diretora Solange Moura.
Entre outros indicativos, tais como gestão equivocada de recursos humanos e infraestrutura,
ou mesmo planejamento realizado segundo moldes ultrapassados, a questão do
nível de aprendizado dos alunos das escolas públicas, principais “clientes” dos
cursos particulares de Direito, é, realmente, significativa, e uma das causas
do pífio resultado obtido por essas instituições nos exames da OAB.
Outro
indicativo é a leniência com os alunos que estudam à noite e sua cultura de
“pagou passou”.
Da
mesma forma, no que tange a sua proposta pedagógica, no geral ela está correta.
A grande questão não é a ideia em si de trabalhar esmeradamente leitura e
redação, como proposto, nos primeiros anos. Aliás, é preciso trabalhar
firmemente leitura e redação TODOS OS ANOS DO CURSO.
O
problema é como fazê-lo. Aliás, esse é o problema fundamental da gestão, pois
implica em avaliação permanente e retificação constante dos obstáculos que se apresentam,
tudo dentro de uma determinada perspectiva estratégica. Leia, para ter uma noção, http://honoriodemedeiros.blogspot.com.br/2011/06/eficiencia-na-gestao-publica.html
No
caso específico das instituições particulares, que têm de levar em consideração
a presença do viés financeiro e seu mandamento fundamental (“é preciso lucro”)
no planejamento, a gestão, para alcançar êxito, precisa de recursos humanos com
experiência (currículo) e descortínio. Precisa de solidez e ousadia. Precisa de
conhecimento e inteligência. Não há espaço para a mediocridade.
Será
que as instituições particulares de ensino do Direito no Rio Grande do Norte
estão atentas a esses parâmetros?
OAB DE MOSSORÓ FIRMA PARCERIA PARA COLETAR PAPEL E RECICLÁ-LO
A OAB Subsecção de Mossoró, através da Comissão de Meio Ambiente, firmou parceria com a empresa Brasil Green Embalagens, com o intuito de coletar papel usado e fazer a devida reciclagem.
Haverá uma contrapartida financeira da empresa por cada quilograma de papel recolhido, cujo valor será revertido para as atividades da própria Comissão e doação a entidades que militam na proteção dos animais e defesa do meio ambiente.
Separe os papéis (papel ofício usado, jornais, revistas, etc.) que você normalmente jogaria no lixo comum, e ligue para a OAB que faremos a coleta, ou ainda pode deixar na própria OAB, para a devida RECICLAGEM pela empresa conveniada.
Agradecemos sua colaboração e desde já aceite nossa felicitação por esta atitude, que contribuirá para termos progresso com desenvolvimento sustentável.
Atenciosamente,
OAB Subseccional Mossoró – RN
Comissão de Meio Ambiente
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
DE UMA CONVERSA AGRADÁVEL ACERCA DE CANGAÇO NA OITAVA FEIRA DO LIVRO DE MOSSORÓ
No sentido horário, Professor Joca, Kydelmir Dantas e Honorio de Medeiros
No dia 11, começo da noite, eu e o Professor Joca, com moderação de Kydelmir Dantas, conversamos acerca de Cangaço, para uma atenta e participativa platéia na 8ª Feira do Livro de Mossoró.
O professor, que andava afastado do "mundo do cangaço" reviveu suas experiência de pesquisador, quando saiu Brasil adentro pesquisando, entrevistando e conhecendo os principais personagens dessa saga sertaneja nordestina.
Eu, pelo meu lado, mais uma vez falei acerca dos mistérios que envolvem a invasão de Mossoró por Lampião. Acrescentei, também, alguns dados que não eram do meu conhecimento quando lancei "Massilon".
Seu Kydel, serenamente, conduziu os trabalhos e, qual cangaceiro escapando das volantes, tão logo terminou a mesa-redonda, desapareceu sem deixar vestígios, não podendo participar do jantar com o qual eu, generosamente, queria lhe presentear, para agradecer uma lembrança da residência onde Childerico Fernandes e sua família residiam quando receberam a visita de Lampião fugindo de Mossoró, após a derrota, e que foi demolida pelo tempo e insensatez dos homens.
É isso mesmo. Que se há de fazer?
No mais é salientar o prazer de ter conhecido o professor Joca e ter estado, mais uma vez, falando para os mossoroenses acerca de cangaço.
MOYSÉS SESYOM
Por Ricardo Sobral
Moysés Lopes Sesyom (Sesyom é Moyses ao contrario, observou?), poeta fescenino, quando nasceu em 28 de julho de 1883, na fazenda Baixa Verde, Caicó se chamava Vila do Princípe.
Embora caicoense, viveu a partir de 1905 em Assu, contribuindo decisivamente para que Assu seja conhecida hoje como a terra dos poetas. Gostava de uma carraspana e de frequentar cabaré.
Era sifilítico; de nariz achatado.
É o Gregório de Matos do Rio Grande do Norte, já que, além de versos fesceninos, produziu também versos chistoros e satíricos. Entretanto, como predominou na tradição oral seus versos fesceninos, ficou conhecido como "O Bocage Rio Grandense".
Segundo Câmara Cascudo "in" "O Livro das Velhas Figuras", volume 4, Sesyom começou a versejar aos 30 anos de idade - "sem saber, era poeta verdadeiro, espontâneo, inexgotável, imaginoso, original".
Próximo ano, completa 130 anos de seu nascimento.
Este ano, em 09 de março, completou 80 anos de seu falecimento (1932). Contudo, seus versos são declamados até hoje, perpetuados que foram pelo povo.
Para homenageá-lo no transcurso dos 80 anos de sua derradeira viagem, escolhi três glosas. A primeira, revela seu lado boêmio; a segunda, o chistoso; a terceira, o satírico. Vejamos:
I
Vida longa não alcanço
Na orgia ou no prazer,
Mas, enquanto eu não morrer
- Bebo, fumo, jogo e danço!
Brinco, farreio, não canço,
Me censure quem quiser...Enquanto eu vida tiver
Cumprindo essa sina venho,
Além dos vícios que tenho,
Sou perdido por mulher!...
II
Eu conto o que se sucedeu
Debaixo da gameleira.
Foi um tiro de ronqueira,
O peido que a nega deu.
Toda a terra extremeceu,
Abalou todo o Assu,
A nega mexendo angu,
Puxou a perna de lado.
Deu um peido tão danado
que quase não cabe no cu.
III
Sargento as suas devisas
Deus terá de protegê-las
Dos braços irão para os ombros
E aí serão estrelas.
E deus há de me dar vida
Para que eu possa vê-las
O Cabo que aí está
Nunca será tenente.
O galão que ele terá
É um galão diferente:
È um pau com duas latas,
- Uma atrás, outra na frente.
domingo, 12 de agosto de 2012
O ENGENHO DE SÃO PEDRO
Por François Silvestre
Não lembro exatamente da primeira vez que senti o gosto do alfenim ainda quente, na hora do puxa-puxa. Mas lembro, como se fosse agora, do cheiro da fumaça que se despregou da chaminé do engenho no primeiro dia daquela moagem.
Não lembro exatamente da primeira vez que senti o gosto do alfenim ainda quente, na hora do puxa-puxa. Mas lembro, como se fosse agora, do cheiro da fumaça que se despregou da chaminé do engenho no primeiro dia daquela moagem.
A casa sede da fazenda ficava num alto, de onde se avistava o engenho e as pedras de uma pedreira branca, cujo sol do meio dia iluminava a subida verde da Serra de Portalegre.
O ano fora de bom inverno; a baixa de cana adocicou, ao sugar a seiva doce do massapê, dando aos jegues bastante trabalho para carregar os cambitos cheios das piojotas e listadas na direção das caldeiras.
No ano anterior morrera meu pai adotivo, o padre Alexandrino Suassuna. No ano seguinte, seria assassinado o meu pai biológico. Antônia de Bibiana, mulher de Raimundo de Taninha, era, naquele momento, minha mãe provisória.
O engenho de São Pedro era propriedade de um tio, irmão do padre. A Serra do Martins, onde eu morara na primeira infância, apenas desenhava para o poente uma silhueta azul acinzentada. Pois o azul não é uma cor, mas uma distância.
Estava agora noutro mundo. Moleques da minha idade, entre sete e oito anos. O bagaço da cana estendida no oitão do engenho oferecia uma praça para jogos e brigas. O açude e a barragem, que hoje sei pequenos, pareciam imensos mares aos meus olhos de criança.
Ficávamos de olho na chaminé, cuja parte de cima se avistava da barragem. O segredo residia na cor da fumaça. Assim como na eleição dos papas, a cor da fumaça, no engenho, também avisa a hora do melado, ao ponto, ser transferido para a gamela. Só muda a tonalidade das cores. No vaticano, o sinal é a fumaça branca; no engenho, a fumaça cinza escuro.
Aí saíam todos, pelados, da água, para vestir às pressas calções ou calças curtas. Em carreira estabanada para o pátio da bagaceira. Era o momento das puxadeiras mergulharem os camelos no mel. Camelo é uma cana grande de boa espessura, geralmente a listada, que se raspa a parte superi cial sem tirar a casca, lavada, que se mergulha na gamela e se vai girando para fixa-lo até que se proceda a retirada do melado ainda marrom, que vai virar alfenim.
É uma dança de arte; várias mulheres a puxar, girando no ar, aquele mel grosso, mudando de cor, até ficar quase branco. Antes que “morra”, elas fazer desenhos de flores ou bichos, que serão postos numa tábua untada de goma.
Para nós, os moleques, restava o mais sublime dos doces, que é a raspa da gamela. Lambuzados de mel e infância corríamos de volta para água. A criança é o mais perigoso dos vigilantes. O adulto, cuja ganância armazena rugas, não vigia o prazer. Gasta-o. O moleque nada promete ao futuro.
Quando cresce, mata o menino e vira estúpido. Té mais.
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